sexta-feira, 20 de julho de 2007

Lembranças de Machu Picchu

Sabe aquela viagem, aquele país, aquele lugar que você sempre sonhou conhecer, mas ficava somente no desejo? Pois no ano de 2001 surgiu, nem sei como, a chance de eu ir a MACHU PICCHU. Pois é, foi assim mesmo: uma amiga indicou uma agência de viagem, a agência certa, inclusive. Viajamos pela Agência Machu Picchu, da amiga Marilena, de Balneário Camboriú. Um encanto.



E lá fomos nós. Um grupo de amigas que se juntou a outras pessoas e que se tornou um grupo maravilhoso. Claro que toda a viagem foi maravilhosa: além do lugar formidável, para chegar lá conhecemos outras maravilhas. Saindo de São Paulo voamos direto para Santa Cruz de la Sierra, Bolívia. De lá, num vôo doméstico, esticamos até La Paz (3.500m de altitude, mais ou menos).

Um susto. Nossa cabeça e o restante de nosso corpo não se acostumaram de imediato com a altitude. O “soroche”, como dizem lá. O distúrbio causado pela altitude. Mas isso foi por umas 12 horas. Nada que um bom chá de coca não tratasse. Logo estávamos prontos para a nossa viagem propriamente dita.


Acomodados em uma perua ano 198 e alguma coisa, lá fomos nós. Saímos de La paz com destino a CUZCO, já que nesta cidade peruana iríamos assistir à “Festa do Sol’. Saindo ainda pela manhã, passamos por diversas cidadezinhas até chegarmos, à noitinha, onde pernoitamos no famoso e lindo Hotel Copacabana, na cidade do mesmo nome e às margens do Lago Titicaca.

Segundo nos informaram, este Hotel havia servido de prédio à Prefeitura na época do Império Inca. Imaginem a magnitude da edificação, para aquelas paragens e àquela época. Dali, seguimos viagem adentrando o Peru e pernoitando em Puno (de Puma) cidade também as margens deste magnífico Lago.

O Titicaca tão decantado em verso e prosa, nosso conhecido deste as primeiras noções de geografia em nossa infância, é indescritível. Naquela altura, vendo-se ao longe os Andes nevados e passando por aldeias e cidadezinhas onde vivem os peruanos campesinos que sobrevivem de forma até estranha, tamanho é agreste a paisagem, e se confundem com a mesma.



Não podemos nos esquecer do passeio pelas ilhas flutuantes em Puno, as ilhas “UROS”. São ilhas feitas de palha de um arbusto ali existente. Habitadas, e com comunidade organizada, essas ilhas são singulares, bem como o povo que nelas habita. Por ali se passeia com uma embarcação feita de totora, uma palha impermeável e no formato de um puma. Lindo. Emocionante.

Mais um dia de viagem, sempre beirando o Titicaca, e enfim chegamos em CUZCO. Véspera da FESTA DO SOL, que se realiza, anualmente, no dia 24 de junho. A cidade estava em festas. Parecia carnaval.


Pela manhã, cedinho, já nos encarapitamos nas calçadas, para melhor apreciarmos as solenidades do peruanos. Cuszo foi a capital do Império INCA, há mais de 500 anos (época em que chegaram os desbravadores espanhóis), aliás, existem hoje monumentos híbridos, onde os espanhóis derrubaram construções incas e em sua base construíram seus próprios monumentos.

No entanto, a tradição e os costumes foram guardados e, neste dia, e todos os anos, comemora-se a festa do Sol, sagrado para aquela civilização. Com a participação de autoridades civis, militares, e outras, e a participação da população, encena-se a coroação do rei e demais autoridades incas.

Ao final do dia, uma rês é sacrificada, quando o rei coroado se alimenta do sangue do animal, isto já no Vale Sagrado, um lugar colossal onde as diversas “tribos” se apresentam durante todo o dia. Neste lugar está fincado o marco do Centro Espiritual de Los Andes, lugar de muito misticismo.


É imperativo salientar que Cuzco é uma linda cidade. Sua vida noturna é fervilhante, tanto na área cultural, como comercial, com sua “tiendas” onde se compra desde artesanato em palha ou lãs até jóias e objetos de arte. A arte em ouro e em prata é linda.

Enfim chega a hora de se recordar Machu Picchu.



Saindo de manhãzinha, por trem, é quando se desce bastante. A viagem de trem é um sonho. Sempre margeando o Rio, chega-se a Machu Picchu, onde a vegetação já é exuberante. Temos ali um pouco da Floresta Amazônica. O clima é totalmente diferente.

Desembarcando do trem que nos levou, nos deparamos com uma coisa inusitada. Parece que se está em outro planeta, tal é o astral, tanto das pessoas como o que a própria cidade oferece. Será verdadeira a paisagem com que nos deparamos?

Machu Picchu, para onde convergem pessoas do mundo inteiro, é bastante eclética. Encontramos místicos, aventureiros alpinistas, famílias em férias matando a curiosidade, pessoas de todas as partes do mundo na busca de: energia positiva, cultura ou apenas curiosidade.

A cidade fica no “Parque Nacional Arqueológico de Machu Picchu”, tudo bem cuidado, uma realidade que nos transporta para um outro mundo. Na cidade propriamente dita, onde se tem o comércio, restaurantes e rede hoteleira, a vida é bucólica, parece que as pessoas que lá chegam adquirem involuntariamente outras atitudes. Ficam mais relaxadas, amáveis, tolerantes, risonhas, felizes mesmo.

Para se chegar ao Santuário Arqueológico, se é transportado por micro ônibus, até a sua entrada, quando o espanto é geral. Para que nunca visitou, chega a ser chocante, tão grandioso é o espetáculo. As ruínas são muito bem cuidadas. Como se sabe, são ruínas de uma cidade Inca com mais de 500 anos. A arquitetura quase em forma piramidal tem tudo milimetricamente combinado. Difícil descrever sua arquitetura.

Dá para descrever, no entanto, um pouco da magia do lugar. As energias telúrica e cósmica se fundem, a ponto de até nós, leigos em assuntos esotéricos, nos sentirmos transformados, tamanha é a ligação. Não é raro se ver pessoas meditando. De quebra, no final das tardes, depois de inebriados por tanta beleza, e de volta ao hotel, tem-se o conforto de um banho em piscina de “águas calientes”. Uma piscina de onde de seu interior forrado de areia grossa, brota água aquecida “termal” de origem vulcânica e que é um bálsamo para os pés cansados de tanta caminhada.

Enfim, foi muito bom conhecer Machu Picchu.
Meus agradecimentos a querida amiga e guia - Baleca.

Por: Roberta I. Reis

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